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Casos de abusos sexuais contra menores na Igreja Católica



A Igreja Católica Apostólica Romana em sua doutrina e em seus procedimentos administrativos é visceralmente contra os escandalosos casos de abuso sexual de menores por parte de seus clérigos; não só de menores, mas abusos sexuais de qualquer ordem.
Por isso, apoiamos e aplaudimos as investigações promovidas pelos órgãos públicos: comissões parlamentares de inquérito, Ministério Público, inquéritos policiais etc.
Desde que sejam respeitadas as regras jurídicas consagradas em nossa Constituição Federal.
O crime de pedofilia é inaceitável, é repugnante, é escandaloso, é hediondo. Para responder a este crime foi criado pelo papa Bento XVI o processo sumaríssimo de “Exclusão do Estado Clerical” seja de bispos, seja de presbíteros ou de diáconos que forem formalmente denunciados aos órgãos administrativos eclesiásticos (Cúria Diocesana) ou aos órgãos judiciais internos da Igreja Católica (tribunais eclesiásticos) e comprovada sua culpa, respeitado o princípio do contraditório e da ampla defesa.
Este processo sumaríssimo está à disposição do domínio público no site do Vaticano (www.vatican.va) Além do mais, o supremo hierarca da Igreja ordenou que a Igreja Católica apoie e auxilie toda e qualquer investigação criminal iniciada pelos agentes públicos.
Julgamos que Deus está propiciando um tempo de purificação interna da Igreja Católica, seja em outros países seja no Estado de Alagoas.
É clara a vontade do papa: a Igreja jamais tolerará clérigos pedófilos que vivam irregularmente seu ministério ou que envergonhem os quadros de uma Igreja que está a favor e luta pela moralidade e ética dentro da sociedade.
Os criminosos devem pagar por seus delitos, mesmo que a Igreja sangre ou tenha que cortar em sua própria carne. As três dioceses de Alagoas não estão ineptas aos fatos últimos, com a discrição comum de nossos bispos alagoanos todas as medidas canônicas estão sendo tomadas, seja em relação a denúncias formalizadas seja por eventuais que surjam.
É importante evidenciar, no entanto, que há homens dignos dentro da Igreja, de moral ilibada, homens que honram os quadros da Igreja como exemplo proficiente, que dedicaram sua vida a causa do Evangelho, do bem das almas e enriqueceram com seu testemunho e dedicação a sociedade alagoana e o Brasil. É em nome destes homens dignos, que são a maioria, que percebemos um clima orquestrado de perseguição e desmoralização da Igreja por pessoas mal-intencionadas cujo objetivo é denegrir de forma violenta a boa imagem da Igreja de Alagoas que caminha com a sociedade há quatrocentos anos em nosso torrão sagrado desde os primeiros missionários entre os silvícolas.
Há um clima doentio de cartas anônimas, de acusações infundadas, de vinganças pessoais suscitadas por deploráveis sentimentos humanos de rancor, rivalidade, desprezo e ódio. Colocam no mesmo pé de igualdade os homens de bem e os criminosos, que devem ser perseguidos pelas leis penais de nosso País. Vivemos um tempo de intranquilidade com boatos de escutas ilegais ou quebras autorizadas de sigilo telefônico. Estão querendo perseguir, cavando em sepulcros destruídos, qualquer argumento irreal para levar aos tribunais os bispos de alagoas ou homens - sacerdotes de Deus - que dedicaram sua vida à Igreja e à fé do povo alagoano. Até quando esta paranóia pública perdurará? Será que não percebem o mal que estão semeando?
Graças a Deus surgem de todos os cantos homens e mulheres de boa vontade que perceberam a diabólica paranóia orquestrada. Quanto mais perseguem a Igreja, mais o nosso povo responde com fervor. As Igrejas de Arapiraca estão lotadas, as paróquias de Maceió respondem com um número grandioso de fiéis que sabem muito bem diferenciar alguns homens da instituição criada e defendida por Deus, ou parafraseando São Paulo, a esposa imaculada de Cristo, a Igreja. Quem luta contra a Igreja está lutando contra Deus e Deus nunca perde um combate. Esta é a fé que corajosamente professamos: Deus pedirá contas, mais cedo ou mais tarde, de todo o mal semeado. Disse Jesus: “As portas do inferno jamais prevalecerão contra minha Igreja” (Mt 16,18).
Que nosso povo saiba que existem homens santos dentro da Igreja Católica; que estão sangrando em suas entranhas; que dariam sua vida se fosse possível para evitar os fatos que se sucedem; que nossos bispos alagoanos estão sendo apunhalados covardemente; que nossos padres estão sufocados pela malícia desumana de olhares vingativos e tendenciosos. Ressoa o grito aflito dos perseguidos: “Ouve, ó Deus, a voz do meu lamento” (Sl 64, 2).
CÔN. JOSÉ EVERALDO R. FILHO - Vigário Judicial da Arquidiocese de Maceió.

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