A morte e a vida do Senhor se atualizam no mistério litúrgico.
O espírito do Tríduo pascal tem sua origem nas linhas mestras da liturgia primitiva. A primeira linha fundamental é a exigência de ligação entre a lembrança da Paixão e da Ressurreição. A morte de Cristo já é sua entrada numa vida nova: a vida do Ressuscitado permanece a vida em que ele entrou superando a morte. Esta unidade dos dois elementos do Mistério pascal indica ao cristão que não pode haver para ele uma vida de união com Cristo, sem morrer primeiramente a tudo o que constitui o velho mundo.
A segunda linha essencial da liturgia pascal se percebe através das celebrações litúrgicas
características do Tríduo Sacro.
A morte e a vida do Senhor se realizam novamente no mistério litúrgico. E na nossa participação nesse mistério; participação no mistério que implica em mais profunda morte ao pecado, renovação da nossa ressurreição para a vida da graça, nosso empenho mais firme na realização da nova criação que se vai efetuando, e emprego maior da liberdade espiritual que se torna privilégio nosso.
Uma terceira linha provém das próprias origens da festa pascal. A Páscoa era a festa nacional do povo eleito, lembrança da sua libertação e sua constituição.
Páscoa permanece a festa do povo cristão; festa da sua constituição em povo santo, em sacerdócio real. Não se pode celebrá-la sem tomar mais consciência das características essenciais próprias de um povo de “redimidos”: toda a sua vida de caridade e obediência a Deus constitui o culto em espírito e verdade que o Calvário inaugurou.
1. Missal Romano, 3ª ed.
Nenhum comentário:
Postar um comentário