Evangelizar é matar a sede de irmãos

Evangelizar é anunciar a Boa Notícia da Salvação e da vida eterna que Jesus Cristo veio trazer aos homens. Um mandato específico da Igreja e um dever de todos os batizados.

“A evangelização leva-nos a participar dos gemidos do Espírito, que quer libertar a criação inteira. O Espírito que nos move para essa libertação abre-nos o caminho para unidade de todos os homens entre si e de todos os homens com Deus, até que em todos, Deus seja tudo’(1Cor 15,28)”. (Puebla 219)

Quando falamos em evangelização, cada pessoa, batizada ou consagrada, independentemente da atividade que exerça, é elemento de projeção da mensagem Cristã. Se sessenta pessoas conseguirem, cada uma, converter, no mínimo, duas pessoas em um ano, e essas por sua vez, converterem sucessivamente mais duas por ano, em onze anos, pela progressão, teremos cerca de um milhão de convertidos, o que nos obrigaria aumentar os dias do grupo de oração, os horários de funcionamento e o tamanho de nossas igrejas.

A novidade da mensagem cristã não podem ser apenas, momentos saciáveis como a água que queria a samaritana no Poço de Jacó. Mas momentos plenos como a água que o próprio Cristo ofereceu.

A mensagem do evangelho é uma permanente chuva fina que cai no campo, e vai envolvendo o espírito, conscientizando as pessoas da necessidade de entrar (ou voltar) para a casa do Pai.

“A evangelização há de conter também sempre – ao mesmo tempo como base, centro e ápice do seu dinamismo – uma proclamação clara que, em Jesus Cristo, Filho de Deus feito homem, morto e ressuscitado, a salvação é oferecida a todos os homens, como dom da graça e da misericórdia do mesmo Deus”. (Evangelii Nuntiandi 27)

Às vezes nos queixamos que às pessoas não querem participar das atividades da Igreja, de um grupo de oração, de um movimento ou pastoral. Nunca paramos para analisar a nossa forma de anunciar e o nosso modo de ser cristão. Será que são um convite explícito para alguém vir à Igreja e conhecer a Cristo?

Muitas vezes oferecemos tudo, a corda, o balde, porém nunca a água. Achamos que somos um local acolhedor, mas não passamos de uma casa de portas abertas com uma inscrição: quem quiser que entre, que venha e que tire a água para matar sua sede.

Em um mundo que tem sede de Deus, é necessário empregar, na nossa ação evangelizadora, sob a ação do Espírito Santo, a imaginação e a criatividade, e uma linguagem pedagógica e convincente do evangelho para que ele chegue ao coração do homem.

Cristo contou parábolas para ensinar, a nossa linguagem deve contar outras, com a capacidade de traduzir o que vivemos hoje. Se a mensagem do mundo é audaciosa, mais ainda precisa ser a nossa quando utilizamos os nossos dons recebidos no anúncio do Reino.

Wagner (Consagrado de Aliança)