O sacerdote e o carisma Doce Mãe de Deus

Quando Deus colocou suas mãos entre as minhas, e me chamou para o ministério sacerdotal, eu já havia sido seduzido pelo modo de vida consagrada nas novas comunidades. Tudo era novo, tudo ainda precisava ser aprofundado, ser discernido. Mas a verdade é que quando entrei no seminário já pulsava no meu sangue a vida comunitária e a vida sacerdotal.

Os anos foram passando e a vida em comunidade foi aos poucos sendo esquecida; mas um vazio crescia no coração, uma insatisfação, um desejo de algo mais. E foi aí que nossos caminhos novamente se cruzaram. A comunidade que conheci ainda no ventre materno de Maria, Mãe de Deus, aquela comunidade que não tinha nem forma nem nome quando a conheci no auge de minha juventude, entrou novamente em minha vida, e deu um sabor a mais em minha vocação.

A necessidade de irmãos foi o primeiro apelo do meu coração; ser família vivendo um mesmo ideal, uma mesma fé, um mesmo carisma arrastou-me para o seio de uma comunidade que se reconhecia filha da Doce Mãe de Deus. O carisma que brotava da cruz, e que convidava insistentemente a amar até o extremo, como até o extremo nos amou o Cristo crucificado, fez com que vibrasse em mim o desejo de comunhão, de configuração com o mistério da salvação. E, por fim, a necessidade de ser testemunha de uma vida transformada pelo amor, percebendo que do amor brota a esperança de um novo céu e uma nova terra, fez com que não restassem dúvidas de que encontrei meu lugar, meu espaço, onde poderia viver plenamente minha vocação sacerdotal.

Ser padre e ser Comunidade Doce Mãe de Deus não são realidades distintas, nem separadas. No altar posso amar até o extremo, na vida fraterna posso levar os extremos ao altar.

Pe. Márcio Fabiani (membro consagrado neste Carisma)