terça-feira

PREGAÇÃO Inaldo Alexandre



 PREGAÇÃO
Inaldo Alexandre

Fundador e moderador geral da Comunidade Doce Mãe de Deus



        Eu queria te perguntar que dia foi que você sentiu o seu chamado. No dia que fui chamado e que fui amado, eu percebi que isso existia. Eu costumo dizer que eu fui pensado antes de ter nascido, a minha escolha foi antes do meu nascimento, Deus já pensava em mim. E você, como foi? Como você desenvolve isso dentro de você? É preciso desenvolver esse chamado. Quando eu fui chamado eu comecei a olhar para a vida dos apóstolos. Eu fiquei inquieto, me perguntando: Como? Onde vou? O que devo fazer?

O salmista quando é chamado, fica inquieto, a ponto de dizer: “por que me chamas? Por que até quando me escondo tu me persegues? Parece que você me vê, sabe quando caminho, quando deito, quando levanto, sabe todos os meus passos... O que você quer?”. É chamado salmista todo aquele que está nessa situação. Vejam, aonde chegou a vida do salmista? A vida de São Francisco? Quando o salmista diz: “Eu estou no abismo e tu me vês”, ele diz “estou tão longe”. E o salmista mesmo responde a pergunta: “eu não tenho como me esconder”. O salmista reconhece o chamado.

Maria quando recebeu o chamado, compreendeu e acompanhou todo seu sofrimento. Ali, ia começar uma obra inteira e enorme na vida de Maria. Quando o Senhor faz um chamado na sua vida, e quando você não responde esse sim e se deixa demorar, vai-te perturbando como o salmista faz. Quando você não vai, as “células” desse caminho ficam doentes, e percebe-se claramente que você não é plenamente feliz.           

O que fica nesta terra é o corpo mortal. Mas, o que acompanha na páscoa é a ressurreição, aquela palavra tão bonita, o alcance da salvação. Se digo sim, eu me rendo ao Senhor, à Sua vontade. Se digo não, é a morte.

Vejam no evangelho aqueles dois filhos. O pai diz aos filhos: “vão trabalhar”. O primeiro disse sim, mas não foi. Já o segundo disse não, mas foi. É um sim como cara de não. Muitas vezes fazemos isso. Eu fiz isso a minha vida toda. Quem fez a melhor escolha? O segundo filho. Hoje deveríamos parar e pensar: como está a nossa caminhada? A quê Ele nos chama? Quando a gente decide caminhar, ninguém pode fazer isso por nós. Somos nós que decidimos. É obra das mãos de Deus.

Ontem olhando pro céu, passeando na orla da praia, desejei muitas bênçãos às pessoas que eu via. Assim é um seguidor de Cristo, ele sai distribuindo bênçãos. Eu quero que você saia desse encontro pensando: como está você nesse caminho? Você já foi chamado? Está sendo agora? O chamado não chegou até você ainda?

Eu nunca quis tomar decisões em momentos de crise. Sempre esperei compreender o momento certo. Vejam o exemplo do salmista, ele diz: “veja meus pensamentos, prova meu coração, mas me conduza ao caminho da eternidade”. E é isso que eu estou rezando por vocês hoje, para que vocês sintam e digam: eu sou de Deus, eu abraço esse caminho de santidade, porque a minha vida é este sim. E não existe outro caminho para mim a não ser dar esse sim, é a ideia do evangelho. Estilo bom de vida para eu apresentar: evangelho. Vocês esperam a transformação da sociedade? Não vai ocorrer até que as pessoas aceitem a ideia do evangelho. Vejam Jesus Cristo. Aí sim, eu tenho esperança.

      Veja o Papa Francisco. Em um milésimo de segundo quando ele foi anunciado e apareceu na janela, colocou em muitos corações o mesmo sentimento: de esperança. Na sua casa você precisa ser esse sinal, não de ser santinhos que passam a mão na cabeça e são bonzinho, mas de ser verdadeiramente santos.

         É muito bonito ver os frutos da graça de Deus. Hoje, como missionários de mão cheia pela graça do Espírito Santo, nós temos o dom de fazer o bem, é o dom do seguimento. É preciso pescar. Você joga o anzol e é a hora de mostrar com a nossa própria vida o Cristo.

No instituto de Educação Doce mãe de Deus dei uma palestra e uma das crianças me perguntou: “você faria tudo de novo? Se não tivesse o instituto faria novamente a escola?”. E eu respondi: “sim, porque eu olho pra você e me sinto como seu irmão mais velho”. E essa criança ficou muito tocada. Ele mudou a partir daquele dia. Quando cheguei da outra vez, ele estava na capela rezando e alguém o perguntou: “por que você mudou?” E ele respondeu: “porque agora eu tenho um irmão mais velho”. Você tem também esse irmão mais velho?

Eu sou louco por meus irmãos de família, mas eu não tenho hoje como abandonar os meus irmãos de comunidade, porque são seguidores de Cristo comigo. Levo comigo esse sentimento porque eu decidi que essa é a vida que eu quero pra mim, como diz a canção: “quantas vidas eu te der, eu te darei” porque vocês são seguidores de Cristo como eu. Eu tenho que partir de cidade em cidade chamando “vamos jovens!”, e o meu sim tem que alcançar a muitos. Eu preciso saber que nada me tira a força, a garra, a esperança de seguir, a vontade de seguir a Jesus Cristo que vai adiante, que vai para a frente. Eu chego quebrado, arrastado, mas eu chego por causa de Jesus Cristo. Só Ele, porque é Ele quem faz isso. Preparar o meu caminho para que no caminho da morte seja abraçado ao de Jesus Cristo.

         Tal como um pai, eu por exemplo, que quando minhas filhas estão doentes eu digo que o remédio está lá, se quiser ficar boa, tome, mas não adulo. Nosso Senhor faz da mesma forma. Ele mostra o caminho e muitas vezes nós dizemos: “eu não consigo caminhar”. E quando vê, já está andando. É assim.
Deus me chamou assim. Deus me chamou a estar em movimento e hoje não quero sair daqui sem que você esteja convicto de que os seus passos precisam estar renovados. A imagem do homem renovado está na capacidade de abraçar o outro. Quando você abraça o irmão, você o abraça com seus coices, suas bofetadas, com tudo que ele traz. Somente por amor.
 


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