sexta-feira

Em Teus Altares
Testemunho Vocacional, Monsenhor José André
17 de Fevereiro de 2015
Ouvi então a voz do Senhor que dizia:
Quem enviarei eu? E quem irá por nós?
Eis-me aqui, disse eu, enviai-me.
(Isaías 6:8)
           
"Com dezessete anos de idade eu entrei na comunidade Doce Mãe de Deus, aos dezoito anos já era consagrado. Com dezenove anos ingressei na comunidade de vida. Tenho hoje vinte anos de missão, são mais anos dedicados à missão do que o período que passei na casa dos meus pais.
Naquele tempo, bastava um ano na fase do engajamento (Atualmente chamado de Emanuel) para se consagrar. Desde a fase do engajamento senti Deus pedindo mais de mim, respondi 'Sim' a tudo que fui chamado, inicialmente por empolgação, semelhante a empolgação que vejo nestes jovens e posteriormente cresceu em mim o senso de responsabilidade.
Quando iniciamos a caminhada com Deus, somos muito tentados, o inimigo é astuto e investe fortemente para nos desviarmos, ele quer estragar a obra de Deus que está sendo construída. Não é fácil assumir, mas eu fui direcionado por Deus e pelos irmãos a assumir o compromisso. Graças a Deus fui fiel aos meus propósitos, mesmo sofrendo as investidas do inimigo de Deus que me oferecia tantas oportunidades atraentes, tudo para me arrancar da vontade de Deus.
Quando revelei o meu desejo de entrar na comunidade de vida à minha mãe, vi o seu semblante assustado. E foi somente um dia antes de sair da casa dos meus pais que avisei a minha ida à casa de missão. Nesse dia fomos minha mãe e eu à missa. A liturgia daquele dia foi a passagem da “pesca milagrosa,” narrada no evangelho de São Lucas. Parti, e meus pais não tiveram coragem de me levar, fui de taxi. Levei minhas roupas e o violão.
Comecei minha caminhada em 1995. Foi, então, que senti o chamado para o sacerdócio. No começo resisti, queria ser pai de muitos filhos. Em contra partida, quanto mais eu rezava, mais escutava o chamado para ser padre... E os padres me diziam que enxergavam em mim a alma sacerdotal. Eu continuava não aceitando.
Namorei quando já era consagrado. A experiência do namoro foi importante para me descobrir, mas já existia em mim o desejo de viver o celibato. Deus insistia em inquietar meu coração me chamando a ser celibatário. Decidi então fazer a prova para entrar no Seminário. Partilhei com minha namorada tudo que eu estava sentindo, e ela me disse 'Caso essa seja sua vocação, vá em frente, não serei eu que vou atrapalhar'. Havia entre nós um sentimento, mas o Amor maior me conquistou.
Na missa de Natal clamei a Deus por revelações vocacionais e frei Josué, do altar, disse que havia um jovem com dúvidas na vocação, mas que Deus confirmava o chamado ao sacerdócio. Ali me enchi de coragem para me decidir. Em oração eu me descobri: tenho o carisma do celibato.
No seminário aprendi a contornar as inimizades. Aproximei-me daqueles que não gostavam de mim. Busquei ser irmão dos que não aprovavam a espiritualidade da comunidade, visando romper o distanciamento causado pela diferença.
Tenho doze anos de padre. Sou a seis anos diretor espiritual da pastoral familiar, na diocese de Guarabira (João Pessoa). Faço parte também da pastoral da sobriedade, acompanho os dependentes químicos. E sou também há cinco anos vigário geral. São muitas atividades, faz parte do cotidiano de quem se entregou por Deus.

A vocação é a nossa felicidade, não é um peso. Deus não nos oprime. Com Deus somos realizados e podemos perceber se estamos na vocação certa pela felicidade que carregamos e levamos aos demais. A felicidade alimenta o meu 'Sim', sou feliz."
Da Redação, texto extraído do testemunho do Padre José André

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