Retornai a Mim de todo o vosso coração

Pregação, Inaldo Alexandre

“Deus tem sempre um jeito bonito de nos fazer voltar para ele”

"A oração é o melhor caminho para voltarmos a Deus e ao outro, não importa onde você esteja, retornar tem sempre um sabor valoroso. Quando esse retorno acontece de coração se é capaz de dar a vida, não tem mais volta, não há mais fugas. E para isso acontecer adentramos por alguns caminhos que nos levam a penitência, ao jejum, as lágrimas, ao luto.

Neste tempo acredito que você já tenha se perguntado por diversas vezes: Qual a penitência agradável ao Senhor? O que faço para voltar? Não são necessárias muitas coisas, basta um coração aberto, disposto a partilhar a vida, falar o que há no coração para Deus, isso é simples.

Quantos sacrifícios você já fez para voltar a Deus? Qual penitência você escolheu nesta quaresma? Acontece que por inúmeras vezes fazemos sacrifícios que mata a carne, mas não dá vida a alma, pois o que de fato precisamos é rasgar o coração e não mais as vestes.

Tantas pessoas escolhem para si penitências que se tornam um fardo e não conseguem sair delas, traz em si muitas tristezas, por isso é bom que você saia disso hoje, a penitência nos deixa livre, não é um fardo, nunca deve se tornar um peso. Não tenhamos medo de fazer pela penitência uma reforma em nós para voltarmos ao Senhor. Voltar a ele com toda nossa força do inicio. E não adianta ser forte na fortaleza, é preciso ser forte na fraqueza, nessa fraqueza que você se encontra hoje, que haja disposição para que Deus faça. 

Essa penitência deve nos fazer felizes, alegres, nos proporcionar um encontro, um voltar. As lágrimas, como nos fala o Senhor pelo profeta Joel, traduz a alegria do retorno, do encontro com Deus. Digo que a penitência que tem sentido é aquela que ninguém sabe que você está fazendo, basta que um só veja, que só Deus veja. Por isso de agora em diante você não tem mais direito algum de dizer a ninguém a sua penitência, nem o seu jejum, aqui está o luto, porque não adianta a gente querer falar do sacrifício que estamos fazendo para provocar certa piedade, ajuda ou compreensão dos outros a nós. Ninguém pode me ajudar nesse caminho, é uma escolha minha, e aqui nessa escolha eu sou feliz.

Dentro do jejum e da penitência para que possamos guardar essas lágrimas felizes, pois o que foi sepultado é aquilo que é ruim em nossas vidas, por isso nós precisamos, como o Senhor, guardar segredos, é um mistério feliz guardar os segredos de Deus, porque ele guarda os nossos. É interessante, por mais que muita gente tente acertar muita coisa da sua vida, eu nunca vi nosso Senhor falar nada de ninguém. Deus guarda todos os nossos segredos, N'Ele estamos seguros. A penitência e o jejum escolhidos não podem ser o que eu desejo para o outro viver, os caminhos são únicos, a cada um Deus concede a graça do encontro por uma compreensão diferente. 

O Senhor se deixa encontrar, como uma criança a brincar de esconder-se, ela deixa que a encontre, faz de tudo pra que a vejam, assim também é o Senhor, ele não é um Deus escondido. Você lembra quando na Parábola do Filho Prodigo o filho mais novo tem forças para voltar? Quando ele é tratado como um servo! Então ele diz: “Meu pai não trata um servo assim.” Jamais ele esperaria que o seu pai corresse ao seu encontro e lhe desse um abraço acolhedor, lhe devolvesse o véu da dignidade, as sandálias da liberdade. O Amor de Deus é assim, uma busca incansável a nos esperar, e quando nos reencontra nos acolhe e mesmo assim nos faz livres para andarmos por onde quisermos. Devemos ser guerreiros em todo sentido, lutar e deixar para trás tudo o que passou.

Espero que teu coração esteja pronto para viver esse caminho de volta a Deus, independente de tudo, que o Senhor abençoe todas as promessas, todo jejum, toda penitência feitos até hoje e que isso tudo se torne um luto, uma penitência agradável ao Senhor. Que Deus te ajude a entender todas as tuas penitências. E te abençoe para que compreendas que o novo chegou e ficou, e que todos vejam em nós um novo homem, uma nova mulher! É tempo de voltar!".

Da Redação, texto extraído da pregação de Inaldo Alexandre